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Elis Regina




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Альбом Elis Regina


Elis (1974)
1974
1.
2.
3.
4.
5.
O Mestre Sala dos Mares
6.
7.
8.
9.
10.
. . .


No dia em que eu apareci no mundo
Juntou uma porção de vagabundo
Da orgia
De noite teve samba e batucada
Que acabou de madrugada
Em grossa pancadaria

Depois do meu batismo de fumaça
Mamei um litro e meio de cachaça
Bem puxados
E fui adormecer como um despacho
Deitadinha no capacho
Na porta dos enjeitados

Cresci olhando a vida sem malícia
Quando um cabo de polícia
Despertou meu coração
E como eu fui pra ele muito boa
Me soltou na rua à toa
Desprezada como um cão

E hoje que eu sou mesmo da virada
E que eu não tenho nada, nada
Que por Deus fui esquecida
Irei cada vez mais me esmolambado
Seguirei sempre cantando
Na batucada da vida

. . .


Quando você foi embora, fez-se noite em meu viver
Forte eu sou mas não tem jeito, hoje eu tenho que chorar
Minha casa não é minha, e nem é meu este lugar
Estou só e não resisto, muito tenho prá falar

Solto a voz nas estradas, já não quero parar
Meu caminho é de pedras, como posso sonhar
Sonho feito de brisa, vento vem terminar
Vou fechar o meu pranto, vou querer me matar

Vou seguindo pela vida, me esquecendo de você
Eu não quero mais a morte, tenho muito que viver
Vou querer amar de novo e se não der, não vou sofrer
Já não sonho, hoje faço, com meu braço, o meu viver

Solto a voz nas estradas, já não quero parar
Meu caminho é de pedras, como posso sonhar
Sonho feito de brisa, vento vem terminar
Vou fechar o meu pranto, vou querer me matar

. . .


Lá vinha o bonde no sobe-e-desce ladeira
E o motorneiro parava a orquestra um minuto
Para me contar casos da campanha da Itália
E do tiro que ele não levou
Levei um susto imenso nas asas da Panair
Descobri que as coisas mudam
E que tudo é pequeno nas asas da Panair

E lá vai menino xingando padre e pedra
E lá vai menino lambendo podre delícia
E lá vai menino senhor de todo o fruto
Sem nenhum pecado, sem rancor
O medo em minha vida nasceu muito depois
Descobri que minha arma é
O que a memória guarda dos tempos da Panair

Nada de triste existe que não se esqueça
Alguém insiste e fala ao coração
Tudo de triste existe e não se esquece
Alguém insiste e fere no coração
Nada de novo existe neste planeta
Que não se fale aqui na mesa do bar

E aquela briga e aquela fome de bola
E aquele tango e aquela dama da noite
E aquela mancha e a fala oculta
Que no fundo do quintal morreu
Morria cada dia dos dias que eu vivi
Cerveja que tomo hoje é
Apenas em memória dos tempos da Panair
A primeira Coca-Cola foi
Me lembro bem agora, nas asas da Panair
A maior das maravilhas foi
Voando sobre o mundo nas asas da Panair

Nada de triste existe que não se esqueça
Alguém insiste e fala ao coração
Tudo de triste existe e não se esquece
Alguém insiste e fere no coração
Nada de novo existe neste planeta
Que não se fale aqui na mesa do bar

E aquela briga e aquela fome de bola
E aquele tango e aquela dama da noite
E aquela mancha e a fala oculta
Que no fundo do quintal morreu
Morria cada dia dos dias que eu vivi
Cerveja que tomo hoje é
Apenas em memória dos tempos da Panair
A primeira Coca-Cola foi
Me lembro bem agora, nas asas da Panair
A maior das maravilhas foi
Voando sobre o mundo nas asas da Panair

Em volta dessa mesa velhos e moços
Lembrando o que já foi
Em volta dessa mesa existem outras
Falando tão igual
Em volta dessas mesas existe a rua
Vivendo seu normal
Em volta dessa rua, uma cidade
Sonhando seus metais
Em volta da cidade . . .

. . .


Ponta de areia
Ponto final
Da Bahia-Minas
Estrada natural

Que ligava Minas
Ao porto, ao mar
Caminho de ferro
Mandaram arrancar

Velho maquinista
Com seu boné
Lembra o povo alegre
Que vinha cortejar

Maria-fumaça
Não canta mais
Paras moças, flores
Janelas e quintais

Na praça vazia
Um grito, um ai
Casas esquecidas
Viúvas nos portais

. . .

O Mestre Sala dos Mares

[Нет текста]

. . .


Amor não tem que se acabar
Eu quero e sei que vou ficar
Até o fim, eu vou te amar
Até que a vida em mim resolva se apagar

Amor não tem que se acabar
Eu quero e sei que vou ficar
Até o fim, eu vou te amar
Até que a vida em mim resolva se apagar

Um amor
É como a rosa num jardim
A gente cuida, a gente olha
A gente deixa o sol bater pra crescer, pra crescer
A rosa do amor tem sempre que crescer
A rosa do amor não vai despetalar
Pra quem cuida bem da rosa
Pra quem sabe cultivar

Amor não tem que se acabar
Até o fim da minha vida eu vou te amar
Eu sei que o amor não tem
Não tem que se apagar
Até o fim da minha vida eu vou te amar
Eu sei que o amor não tem
Não tem que se apagar

Amor não tem que se acabar
Eu quero e sei que vou ficar
Até o fim, eu vou te amar
Até que a vida em mim resolva se apagar

Amor não tem que se acabar
Eu quero e sei que vou ficar
Até o fim, eu vou te amar
Até que a vida em mim resolva se apagar

Um amor
É como a rosa num jardim
A gente cuida, a gente olha
A gente deixa o sol bater pra crescer, pra crescer
A rosa do amor tem sempre que crescer
A rosa do amor não vai despetalar
Pra quem cuida bem da rosa
Pra quem sabe cultivar

Amor não tem que se acabar
Até o fim da minha vida eu vou te amar
Eu sei que o amor não tem
Não tem que se apagar
Até o fim da minha vida eu vou te amar
Eu sei que o amor não tem
Não tem que se apagar
Até o fim
Até o fim
Até o fim
Até o fim
Até o fim
Até o fim, eu vou te amar

. . .


Sentindo frio em minha alma
Te convidei pra dancar
a tua voz me acalmava
sao dois pra lá dois pra cá
meu coracao traicoeiro
batia mais que o bongo
tremia mais que as maracas
descompassado de amor
minha cabeca rodando
rodava mais que os casais
o teu perfume gardenia
e nao me perguntes mais
a tua mao no pescoco
as tuas costas macias
por quanto tempo rodaram
as minhas noites vazias
no dedo um falso brilhante
brincos iguais ao colar
e a porta de um torturante
band aid no calcanhar
eu hoje me embriagando
de wisky com guaraná
ouvi tua voz murmurando
sao dois pra lá dois pra cá
no dedo um falso brilhante
brincos iguais ao colar
eu hoje me embriagando
de wisky com guaraná
ouvi tua voz murmurando
sao dois pra lá dois pra cá
dejaste abandonada la ilusión
que habia en mi corazón por ti
dejaste abandonada la ilusión
que habia en mi corazón por ti


. . .


Vocês estão vendo aquela mulher de cabelos brancos
Vestindo farrapos, calçando tamancos
Pedindo nas portas pedaços de pão
A conheci quando moça, era um anjo de formosa
Seu nome é Maria Rosa, seu sobrenome Paixão

Os trapos de sua veste não é só necessidade
Cada um para ela representa uma saudade
Ou de um vestido de baile, ou de um presente talvez
Que algum dos seus apaixonados lhe fez

Quis certo dia Maria por a fantasia dos tempos passados
Pôr em sua galeria uns novos apaixonados
Essa mulher que outrora a tanta gente encantou
Nem um olhar teve agora, nem um sorriso encontrou

Então dos velhos vestidos que foram outrora sua predileção
Mandou fazer esta capa de recordação
Vocês, Marias de agora, amem somente uma vez
Pra que mais tarde essa capa não sirva em vocês

. . .


O olhar dos cães, a mão nas rédeas
E o verde da floresta
Dentes brancos, cães
A trompa ao longe, o riso
Os cães, a mão na testa
O olhar procura, antecipa
A dor no coracão vermelho

O rebenque estala, um leque aponta: foi por lá
Um olhar de cão, as mãos são pernas
E o verde da floresta
Oh, manhà entre manhãs
A trompa em cima, os cães
Nenhuma fresta
O olhar se fecha, uma lembrança
Afaga o coracão vermelho

Uma cabeleira sobre o feno
Afoga o coracão vermelho
Montarias freiam, dentes brancos: terminou
Linguas rubras dos amantes
Sonhos sempre incandescentes
Recomeçam desde instantes
Que os julgamos mais ausentes

Ah! Recomeçar, recomeçar
Como canções e epidemias
Ah! Recomeçar como as colheitas
Como a lua e a covardia
Ah! Recomeçar como a paixão e o fogo
E o fogo, e o fogo . . .

. . .


Compositor me disse
Que eu cantasse
Distraidamente essa canção
Que eu cantasse
Como se o vento soprasse
Pela boca, vindo do pulmão
E que eu ficasse ao lado
Pra escutar o vento
Jogando as palavras pelo ar

O compositor me disse
Que eu cantasse
Ligada no vento
Sem ligar pras coisas
Que ele quis dizer
Que eu não pensasse
Em mim nem em você
Que eu cantasse distraidamente
Como bate o coração
E que eu parasse aqui
Assim . . .

. . .


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