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Djavan




Альбом Djavan


A Voz, o Violão, a Música de Djavan (1976)
1976
1.
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. . .


Valei-me, Deus!
É o fim do nosso amor
Perdoa, por favor
Eu sei que o erro aconteceu
Mas não sei o que fez
Tudo mudar de vez
Onde foi que eu errei?
Eu só sei que amei
Que amei, que amei, que amei

Será talvez
Que minha ilusão
Foi dar meu coração
Com toda força
Pra essa moça
Me fazer feliz
E o destino não quis
Me ver como raiz
De uma flor de lis

E foi assim que eu vi
Nosso amor na poeira, poeira
Morto na beleza fria de Maria

E o meu jardim da vida
Ressecou, morreu
Do pé que brotou Maria
Nem margarida nasceu

E o meu jardim da vida
Ressecou, morreu
Do pé que brotou Maria
Nem margarida nasceu

. . .


Na hora da agonia
Eu pergunto:
Cadê os meus amigos
Meus camaradas
Meus parceiros?

Na hora que eu mais necessito deles não acho um
O Zé tá pra São Paulo
E Pedro morreu
Até o Biu desapareceu
Chico Careca, já cansei de bater
Na casa da esquina e nem
Já é quase noite
E o negão num açoite
Na boca do beco vai aparecer
E eu vou ter que encarar
E não posso perder
Que a crioula vai ver

Tomei decisão como último tiro
Gritei num suspiro:
"Ganhei o bolão
E não tenho um irmão
Com quem possa gastar!"
De repentemente a turma pintou
Com sorriso nos dentes
Me dizendo contente:
" Ah! deixa isso com a gente!"

No final do barato
Eu ganhei do negão
E, sem grana na mão
A turma me ganhou
Quando sacou o grupo
E hoje a crioula está de luto

No final do barato
Eu ganhei do negão
E, sem grana na mão
A turma me ganhou
Quando sacou o grupo
E hoje a crioula está de luto
E hoje a crioula está de luto, ê!
E hoje a crioula está de luto

. . .


Que é isso preta?
Não faça isso nao
Não, não, não, não
Esse seu chamego
É bom demais
Para o meu coração

Me ame devagarinho
Sem fazer nenhum esforço
Tô doido por seu carinho
Pra sentir aquele gosto
Que você tem na maçã do rosto
Que você tem na maça do seu rosto

Me ame devagarinho
Sem fazer nenhum esforço
Tô doido por seu carinho
Pra sentir aquele gosto
Que você tem na maça do rosto
Que você tem na maça do seu rosto

Vem morrer nesse beijo
Que eu vou te dar
Por você meu desejo
Aumentou e pode me matar
Vem morrer nesse beijo
Que eu vou te dar

. . .


Descalço num pequeno espaço
Deitado em quarto crescente
Pálido, cálido, espírito ausente
Calado, de corpo fechado
Não traço, não sigo, não sou obrigado
Não faço segredo, não sou bem dotado
Cabeça feita, visão na estrada
Esqueço do mundo, não choro por nada

No braço do mar
Bem na ponta da areia
A terra treme, o tempo serra
Quem manda na chuva é o vento
Quem manda na chuva é o vento

E pára-raio
Cata-vento

E pára-raio
E pára o tempo
E pára

E pára-raio
Cata-vento

. . .


Eu vou mudar de professão
Eu vou ser cantor
Eu vou mudar de professão
Eu vou ser cantor

Eu vou pra Rio de Janeiro
Num expresso brasileiro
Pelo mês de Fervereiro
Já cancei de ser ferreiro
Seu doutor ô, seu doutor

O meu som alagoano
Conquistou americano
Vivo vindo do Estados Unidos
E pra saber meu paradeiro
Lá no Rio de Janeiro
Consultei meu padroeiro
O meu amigo
O meu amigo
O meu amigo falou:

"Vá com fé em Deus
E que Deus ajude
Que Deus te cuide
Deus não ilude"

. . .


Rede de malha jangada de vela içada no ar
Quem não se arrisca não joga a isca
Atividade no mar
Quantas voltas dá meu mundo
Sei lá

Pasto na relva madeira de selva coberta de flor
Seja silvestre preste ou não preste
Atrai de longe o amor
Quantas voltas dá meu mundo
Sei lá

Chega domingo ninguém na igreja não tem oração
Tudo que é santo vive de encanto
Acorde a fé irmão
Quantas voltas dá meu mundo
Sei lá

Noite de lua viola na rua pra vida esquecer
Canto aberto verso incerto
A noite o amanhecer
Quantas voltas dá meu mundo
Sei lá

Jeito brejeiro retrato inteiro da população
Vida sem rumo mas em resumo
Amor no coração
Quantas voltas dá meu mundo
Sei lá

. . .


Eu tenho uma namorada
Viva no interior
Maria Das Mercedes
Linda como um beija flor
Ontem eu recebi carta dela
Cheirando a fulô
"Meu nego, estou intacta, pura
Volte, por favor"

Lá pros quarenta
Lá pros quarenta eu vou
Lá pros quarenta
Lá pros quarenta eu vou

Eu quis escrever
Pro velho endereço
Sobre tudo que eu conheço
Da cidade grande
Como fui infame
Esqueci o seu sobrenome
Se é Pereira, Moreira, Ferreira
Só sei que acaba com "eira"
Como aquela bananeira

Se é Pereira, Moreira, Ferreira
Só sei que acaba com "eira"
Como aquela bananeira
Eira, eira, eira...

. . .


Obrigado por tudo quanto
Você me fez por nada
Por nada se mata
E morre de amor
Não quero parecer com nada
No mundo porque

Apesar da entranha ferida
Donde eu saí pro nada
Do nada também se nasce
Uma flor com todo seu poder
De colocação e magia

Tudo isso é uma questão de saber
Saber viver
Tudo isso é uma questão de amar
Pra entender
Tudo isso é uma questão de querer
Reconhecer
Que quem sabe tudo
Nada há de ser, nesse compasso
Há espaço pra quem quiser viver

Muito obrigado
Muito obrigado
Muito obrigado
Por tudo que eu tenho passado

Muito obrigado
Muito obrigado
Muito obrigado
Por tudo que eu tenho passado

. . .


Embola a bola embora
Sem rebolar
Embola a bola embora
Sem rebolar

Embola a bola embora
Sem rebolar
Embola a bola embora
Sem rebolar

Passo nessa vida
Como passo na avenida
Entre nobres e caras-de-pau
Sufocados no mesmo ideal

Mas, à mercê
De um falso alento
Eu me deito
Esperando
Sorrindo ou xingando

O que jamais
Teceu-me consideração
Dança que marcou
Eu não

. . .


Eu quero ver você mandar na razão
Pra mim não é qualquer notícia que abala um coração

Eu quero ver você mandar na razão
Pra mim não é qualquer notícia que abala um coração

Eu quero ver você mandar na razão
Pra mim não é qualquer notícia que abala um coração

Se toda hora é hora de dar decisão
Eu falo agora
No fundo eu julgo o mundo um fato consumado
E vou embora
Não quero mais, de mais a mais
Me aprofundar nessa história
Arreio os meus anseios, perco o veio
E vivo de memória

Eu quero é viver em paz
Por favor me beije a boca
Que louca, que louca!

Eu quero é viver em paz
Por favor me beije a boca
Que louca, que louca!

Eu quero é viver em paz
Por favor me beije a boca
Que louca, que louca!

. . .


Reserve o mito da magia
Só pra você

Reserve o mito da magia
Só pra você

Das leis sobrenaturais
Do amor jamais
Existiu você
Existiu você
Existiu você

Reserve o mito da magia
Só para você

Reserve o mito da magia
Só pra você

Na dor unilateral
Do anti-amor na qual
Evadiu você
Evadiu você

. . .


Bem vinda não sei de onde
Não sei como apareceu
Se foi dos ventos do Norte
Ou da maré que cresceu
Toquei o seu lindo rosto
E logo me apaixonei
Amei com bastante gosto
Tomei o posto de rei
É como se eu tivesse
Toda a força de uma prece
A me rodear
É como se eu tivesse
Toda a força de uma prece
A me rodear

O meu amor foi tão grande
Que eu nem pude atinar
Toda maré, todo vento
Como vem torna a voltar
Assim se foi meu amor
Deixando comolembrança
A barra de sua saia
Jogada na areia branca
É como se eu tivesse
Toda a força de uma prece
Pra não chorar
É como se eu tivesse
Toda a força de uma prece
Pra não chorar

. . .


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