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Caetano Veloso




Альбом Caetano Veloso


Sem Lenço sem Documento (1990)
1990
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
Queixa (Complaint)
9.
10.
Podres Poderes (Putrid Powers)
11.
Você é linda (You Are Beautiful)
12.
O Leãozinho (The Little Lion)
13.
14.
15.
Eclipse oculto (Occult Eclipse)
16.
Trilhos urbanos (Urban Trails)
17.
Trem das Cores (Train of Colors)
18.
Outras Palavras (Other Words)
19.
. . .


Caminhando contra o vento
Sem lenço, sem documento
No sol de quase dezembro
Eu vou

O sol se reparte em crimes
Espaçonaves, guerrilhas
Em Cardinales bonitas
Eu vou

Em caras de presidentes
Em grandes beijos de amor
Em dentes, pernas, bandeiras
Bomba e Brigitte Bardot
O sol nas bancas de revista
Me enche de alegria e preguiça
Quem lá tanta notícia
Eu vou

Por entre fotos e nomes
Os olhos cheios de cores
O peito cheio de amores vãos
Eu vou

Por que não, por que não
Ela pensa em casamento
E eu nunca mais fui à escola
Sem lenço, sem documento
Eu vou

Eu tomo uma coca-cola
Ela pensa em casamento
E uma canção me consola
Eu vou

Por entre fotos e nomes
Sem livros e sem fuzil
Sem fome, sem telefone
No coração do Brasil
Ela nem sabe até pensei
Em cantar na televisão
O sol é tão bonito
Eu vou

Sem lenço, sem documento
Nada no bolso ou nas mãos
Eu quero seguir vivendo, amor
Eu vou
Por que não?
Por que não?

. . .


Soy loco por ti America
Yo voy traer una mujer plajera
Que su nombre sea Marte
Que su nombre sea Marte
Sou loco por ti de amores
Tenga como colores
La espuma blanca de latinoamerica
Y el cielo como bandera
Y el cielo como bandera

Soy loco por ti America
Soy loco por ti de amores
Sorriso de uase nuvem
Os rios, canções, o medo
O corpo cheio de estrelas
Com o corpo cheio de estrelas
Como se chama a amante
Desse país sem nome
Esse tango, esse rancho
Esse povo, dizei-me
Arde o fogo de conhecê-la
O fogo de conhecê-la

Soy loco por ti America
Soy loco por ti de amores
El nombre del hombre muerto
Ya no se puede decirlo quien sabe
Antes que o dia arrebente
Antes que o dia arrebente
El nombre del hombre muerto
Antes que a definitiva noite
Se espalhe em latinoamérica
El nombre del hombre es pueblo
El nombre del hombre es pueblo

Soy loco por ti America
Soy loco por ti de amores
Um poema ainda existe
Com palmeiras, com trincheiras
Canções de guerra, quem sabe
Canções do mar
Ay estate como ver
Ay estate como ver

Soy loco por ti America
Soy loco por ti de amores
Estou aqui de passagem
Sei que adiante um dia vou morrer
De susto, de bala ou vício
No precipício de luzes
Entre saudades, sou luz
Eu vou morrer de bruços
Nos braços, nos olhos
Nos braços de uma mulher
Nos braços de uma mulher
Mais apaixonado ainda
Dentro dos braços da camponesa
Guerrilheira, manequim
Ai de mim
Nos braços de quem me queira
Nos braços de quem me queira

Soy loco por ti America
Soy loco por ti de amores

. . .


Sobre a cabeça os aviões
Sob os meus pés os caminhões
Aponta contra os chapadões
Meu nariz
Eu organizo o movimento
Eu oriento o carnaval
Eu inauguro o monumento no planalto central
Do país

Viva a bossa-sa-sa
Viva a palhoça-ça-ça-ça-ça
Viva a bossa-sa-sa
Viva a palhoça-ça-ça-ça-ça

O monumento é de papel crepom e prata
Os olhos verdes da mulata
A cabeleira esconde atrás da verde mata
O luar do sertão
O monumento não tem porta
A entrada de uma rua antiga, estreita e torta
E no joelho uma criança sorridente, feia e morta
Estende a mão

Viva a mata-ta-ta
Viva a mulata-ta-ta-ta-ta
Viva a mata-ta-ta
Viva a mulata-ta-ta-ta-ta

No pátio interno há uma piscina
Com água azul de Amaralina
Coqueiro, brisa e fala nordestina e faróis
Na mão direita tem uma roseira
Autenticando eterna primavera
E nos jardins os urubus passeiam a tarde inteira
Entre os girassóis

Viva Maria-ia-ia
Viva a Bahia-ia-ia-ia-ia
Viva Maria-ia-ia
Viva a Bahia-ia-ia-ia-ia

No pulso esquerdo bang-bang
Em suas veias corre muito pouco sangue
Mas seu coração balança a um samba de tamborim
Emite acordes dissonantes
Pelos cinco mil alto-falantes
Senhora e senhores ele põe os olhos grandes
Sobre mim

Viva Iracema-ma-ma
Viva Ipanema-ma-ma-ma-ma
Viva Iracema-ma-ma
Viva Ipanema-ma-ma-ma-ma

Domingo é o Fino da Bossa
Segunda-feira está na fossa
Terça-feira vai à roça
Porém
O monumento é bem moderno
Não disse nada do modelo do meu terno
Que tudo mais vá pro inferno, meu bem

Viva a banda-da-da
Carmem Miranda-da-da-da-da
Viva a banda-da-da
Carmem Miranda-da-da-da-da

. . .


Toda essa gente se engana
Então finge que não vê que
Eu nasci pra ser o superbacana
Super-homem, superflit, superfink, superist
Superbacana
Estilhaços, sobre Copacabana
O mundo em Copacabana
Tudo em Copacabana, Copacabana
O mundo explode longe muito longe
O sol responde e o tempo esconde
E o vento espalha e as migalhas
Caem todas sobre Copacabana
Me engana esconde o super amendoim
E o espinafre biotônico
No comando do avião supersônico
Do parque eletrônico do poder atômico
Do avanço econômico
A moeda n° 1 do Tio Patinhas
Não é minha
Um batalhão de cowboys com
Arrancada da legião super-heróis
E o superbacana
Vou sonhando até explodir colorido
No sol dos cinco sentidos
Nada no bolso ou nas mãos
Um instante monstro

. . .


Atrás do trio elétrico
Só não vai quem já morreu
Quem já botou pra quebrar
Aprendeu, que é do outro lado
Do lado de lá do lado
Que é do lado de lá

Atrás do trio elétrico
Só não vai quem já morreu
Quem já botou pra quebrar
Aprendeu, que é do outro lado
Do lado de lá do lado
Que é do lado de lá

O sol é seu
O som é meu
Quero morrer
Quero morrer já

O som é seu
O sol é meu
Quero viver
Quero viver lá

Nem quer saber se o diabo
Nasceu, foi na Bahia
Foi na Bahia
O trio elétrico
O sol rompeu
No meio-dia
No meio-dia

Atrás do trio elétrico
Só não vai quem já morreu
Quem já botou pra quebrar
Aprendeu, que é do outro lado
Do lado de lá do lado
Que é do lado de lá

Atrás do trio elétrico
Só não vai quem já morreu
Quem já botou pra quebrar
Aprendeu, que é do outro lado
Do lado de lá do lado
Que é do lado de lá

O sol é seu
O som é meu
Quero morrer
Quero morrer já

O som é seu
O sol é meu
Quero viver
Quero viver lá

Nem quer saber se o diabo
Nasceu, foi na Bahia
Foi na Bahia
O trio elétrico
O sol rompeu
No meio-dia
No meio-dia

O sol é seu
O som é meu
Quero morrer
Quero morrer já

O som é seu
O sol é meu
Quero viver
Quero viver lá

Nem quer saber se o diabo
Nasceu, foi na Bahia
Foi na Bahia
O trio elétrico
O sol rompeu
No meio-dia
No meio-dia

Atrás do trio elétrico
Só não vai quem já morreu
Quem já botou pra quebrar
Aprendeu, que é do outro lado
Do lado de lá do lado
Que é do lado de lá

Atrás do trio elétrico
Só não vai quem já morreu
Quem já botou pra quebrar
Aprendeu, que é do outro lado
Do lado de lá do lado
Que é do lado de lá

O sol é seu
O som é meu
Quero morrer
Quero morrer já

O som é seu
O sol é meu
Quero viver
Quero viver lá

Nem quer saber se o diabo
Nasceu, foi na Bahia
Foi na Bahia
O trio elétrico
O sol rompeu
No meio-dia
No meio-dia

. . .


Lua de São Jorge
Lua deslumbrante
Azul verdejante
Cauda de pavão
Lua de São Jorge
Cheia branca inteira
Oh minha bandeira
Solta na amplidão

Lua de São Jorge
Lua brasileira
Lua do meu coração
Lua de São Jorge
Lua maravilha
Mãe irmã e filha
De todo esplendor
Brilha nos altares
Brilha nos lugares
Onde estou e vou

Lua de São Jorge
Brilha sobre os mares
Brilha sobre o meu amor
Lua de São Jorge
Lua soberana
Nobre porcelana
Sobre a seda azul
Lua de São Jorge
Lua da alegria
Claro como tu
Lua de São Jorge
Serás minha guia
No Brasil de norte a sul

. . .


Shy moon
Hiding in the haze
I can see your white face
Hope you can hear my tune
Shy moon
Why didn't you stop her
Don't you know I suffer
And you'll watch me cry soon
Shy moon
Glow through the pollution
Find me a solution
I'll wait on the high dune
Shy moon

. . .


Um amor assim delicado
Você pega e despreza
Não o devia ter despertado
Ajoelha e não reza
Dessa coisa que mete medo
Pela sua grandeza
Não sou o único culpado
Disso eu tenho certeza

Princesa, surpresa
Você me arrasou
Serpente, nem sente
Que me envenenou
Senhora, e agora?
Me diga onde eu vou
Senhora, serpente, princesa

Um amor assim violento
Quanto torna-se mágoa
É o avesso de um sentimento
Oceano sem água
Ondas, desejos de vingança
Nessa desnatureza
Bateu forte sem esperança
Contra tua dureza

Um amor assim delicado
Nem um homem daria
Talvez tenha sido pecado
Apostar na alegria
Você pensa que eu tenho tudo
E vazio me deixa
Mas Deus não quer que eu fique mudo
E eu te grito essa queixa

Princesa, surpresa
Você me arrasou
Serpente, nem sente
Que me envenenou
Senhora, e agora?
Me diga onde eu vou
Amiga, me diga . . .

. . .


Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a Avenida São João
É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
Da dura poesia concreta de tuas esquinas
Da deselegância discreta de tuas meninas

Ainda não havia para mim Rita Lee, a tua mais completa tradução
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a Avenida São João

Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto
Chamei de mau gosto o que vi
De mau gosto, mau gosto
É que Narciso acha feio o que não é espelho
E a mente apavora o que ainda não é mesmo velho
Nada do que não era antes quando não somos mutantes

E foste um difícil começo
Afasto o que não conheço
E quem vem de outro sonho feliz de cidade
Aprende depressa a chamar-te de realidade
Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso

Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas
Da força da grana que ergue e destrói coisas belas
Da feia fumaça que sobe apagando as estrelas
Eu vejo surgir teus poetas de campos e espaços
Tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva

Panaméricas de Áfricas utópicas, túmulo do samba
Mas possível novo quilombo de Zumbi
E os novos baianos passeiam na tua garoa
E novos baianos te podem curtir numa boa

. . .


Enquanto os homens exercem seus podres poderes
Motos e fuscas avançam os sinais vermelhos
E perdem os verdes
Somos uns bossais
Queria querer gritar setessentas mil vezes
Como são lindos, como são lindos os burgueses
E os japoneses
Mas tudo é muito mais
Será que nunca faremos senão confirmar
A incompetência da América Católica
Que sempre precisará de ridículos tiranos?
Será será que será que será que
será?
Será que essa minha estúpida retórica
Terá que soar, terá que se ouvir por mais zil anos?
Enquanto os homens exercem seus podres poderes Índios e padres
e bichas, negros e mulheres
E adolescentes
Fazem o carnava
Queria querer cantar afinado com eles
Silenciar em respeito ao seu transe, num êxtase
Ser indecente, mas tudo é muito ma
Ou então cada paisano e cada capataz
Com sua burrice fará jorrar sangue demais
Nos pantanais, nas cidades, caatingas
E nos gerai.
Será que apenas os Hermetismos Pascoais
E os tons e os mil tons, seus sons e seus dons geniais
Nos salvam, nos salvaram dessas trevas
E nada mais?
Enquanto os homens exercem seus podres poderes
Morrer e matar de fome, de raiva e de sede
São tantas vezes gestos naturais
Eu quero aproximar o meu cantar vagabundo
Daqueles que velam pela alegria do mundo
Indo mais fundo
Tins e bens e tais

. . .


Fonte de mel
Nos olhos de gueixa
Kabuki, máscara
Choque entre azul
E o cacho de acácias
Luz das acácias
Você é mãe do sol
A sua coisa é toda tão certa
Beleza esperta
Você me deixa a rua deserta
Quando atravessa e não olha pra trás

Linda
E sabe viver
Você me faz feliz
Esta canção é só pra dizer
E diz
Você é linda
Mais que demais
Você é linda sim
Onda do mar do amor
Que bateu em mim

Você é forte
Dentes e músculos
Peitos e lábios
Você é forte
Letras e músicas
Todas as músicas
Que ainda hei de ouvir
No Abaeté
Areias e estrelas
Não são mais belas
Do que você
Mulher das estrelas
Mina de estrelas
Diga o que você quer

Você é linda
E sabe viver
Você me faz feliz
Esta canção é só pra dizer
E diz
Você é linda
Mais que demais
Você é linda sim
Onda do mar do amor
Que bateu em mim

Gosto de ver
Você no seu ritmo
Dona do carnaval
Gosto de ter
Sentir seu estilo
Ir no seu íntimo
Nunca me faça mal

Linda
E sabe viver
Você me faz feliz
Esta canção é só pra dizer
E diz

. . .


Gosto muito de te ver, leãozinho
Caminhando sob o sol
Gosto muito de você, leãozinho
Para desentristecer, leãozinho
O meu coração tão só
Basta eu encontrar você no caminho

Um filhote de leão, raio da manhã
Arrastando o meu olhar como um ímã
O meu coração é o sol, pai de toda cor
Quando ele lhe doura a pele ao léu

Gosto de te ver ao sol, leãozinho
De ter ver entrar no mar
Tua pele, tua luz, tua juba
Gosto de ficar ao sol, leãozinho
De molhar minha juba
De estar perto de você
E entrar numa

. . .


Deixe eu dançar
Pro meu corpo ficar odara
Minha cara
Minha cuca ficar odara
Deixe eu cantar
Que é pro mundo ficar odara
Pra ficar tudo jóia rara
Qualquer coisa que se sonhara
Canto e danço e dará

. . .


Esse papo já tá qualquer coisa
Você já tá pra la de Marrakesh

Mexe qualquer coisa dentro doida
Já qualquer coisa doida dentro mexe
Não se avexe não, baião de dois
Deixe de manha, deixe de manha, pois
Sem essa aranha
Sem essa aranha
Sem essa aranha

Nem a sanha arranha o carro
Nemo carro arranha a Espanha
Meça: tamanha
Meça: tamanha
Esse papo seu já tá de manhã

Berro pelo aterro, pelo desterro
Berro por seu berro, pelo seu erro
Quero que você ganhe
Que você me apanhe
Sou o seu bezerro gritando mamãe
Esse papo meu tá qualquer coisa
E você tá pra lá de Teerã
Qualquer coisa
Você já tá pra lá de Marrakesh

. . .


Nosso amor não deu certo
Gargalhadas e lágrimas
De perto fomos quase nada
Tipo de amor que não pode dar certo
Na luz da manhã
E desperdiçamos os blues do Djavan

Demasiadas palavras
Fraco impulso de vida
Travada a mente na ideologia
E o corpo não agia
Como se o coração tivesse antes que optar
Entre o inseto e o inseticida

Não me queixo
Eu não soube te amar
Mas não deixo
De querer conquistar
Uma coisa qualquer em você
O que será?

Como nunca se mostra
O outro lado da lua
Eu desejo viajar
No outro lado da sua
Meu coração galinha de leão
Não quer mais amarrar frustração
No eclipse oculto na luz do verão

Mas bem que nós fomos muito felizes
Só durante o prelúdio
Gargalhadas e lágrimas
Até irmos pra o estúdio
Mas na hora da cama
Nada pintou direito
É minha cara falar
Não sou proveito
Sou pura fama
Não me queixo

Nada tem que dar certo
Nosso amor é bonito
Só não disse ao que veio
Atrasado e aflito
E paramos no meio
Sem saber os desejos
Aonde é que iam dar
E aquele projeto
Ainda estará no ar?

Não quero que você
Fique fera comigo
Quero ser seu amor
Quero ser seu amigo
Quero que tudo saia
Como som de Tim Maia
Sem grilos de mim
Sem desespero
Sem tédio sem fim

. . .


O melhor o tempo esconde
Longe, muito longe
Mas bem dentro aqui
Quando o bonde dava a volta ali
No cais de Araújo Pinho
Tamarinderinho
Nunca me esqueci
Onde o imperador fez xixi
Cana doce Santo Amaro
Gosto muito raro
Trago em mim por ti
E uma estrela sempre a luzir
Bonde da Trilhos Ubanos
Vão passando os anos
E eu não te perdi
Meu trabalho é te traduzir
Rua da Matriz ao Conde
No trole ou no bonde
Tudo é bom de ver
São Popó do Maculelê
Mas aquela curva aberta,
Aquela coisa certa
Não dá pra entender
O Apolo e o rio Subaé
Pena de pavão de Krishna
Maravilha, vixe Maria mãe de Deus
Será que esses olhos são meus?
Cinema transcendental
Trilhos Urbanos, Gal
Cantando o Balancê
Como eu sei lembrar de você

. . .


A franja da encosta, cor de laranja
Capim rosa chá
O mel desses olhos luz
Mel de cor ímpar
O ouro ainda não bem verde da serra
A prata do trem
A lua e a estrela
Anel de turquesa
Os átomos todos dançam
Madruga, reluz neblina
Crianças cor de romã entram no vaguão
O oliva da nuvem chumbo ficando pra três da manhã
E a seda azul do papel que envolve a maçã

As casas tão verde e rosa
Que vão passando ao nos ver passar
Os dois lados da janela
E aquela num tom de azul quase inexistente
Azul que não há
Azul que é pura memória de algum lugar

Teu cabelo preto, explícito objeto
Castanhos lábios
Ou pra ser exato lábios cor de açaí
E assim trem das cores
Sábios projetos tocar na central
E o céu de um azul celeste, celestial

. . .


Nada dessa cica de palavra triste em mim na boca
Travo trava mãe e pai alma buena dicha louca
Neca desse sono de nunca jamais nem never more
Sem dizer que sim pra Silu pra Dedé pra Dadi e Dó
Crista do desejo o destino deslinda-se em beleza:
Outras palavras

Todo seu azul, todo céu, todo azul e furtacor
Tudo meu amor tudo mel tudo amor e ouro e sol
Na televisão na palavra no átimo no chão
Quero essa mulher solamente para mim mas muito mais
Rima pra que faz tanto mas tudo dor amor e gozo:
Outras palavras

Nem vem que não tem vem que tem coração tamanho
trem
Como na palavra palavra a palavra estou em mim
E fora de mim quando você parece que não dá
Você que diz que diz em silêncio o que eu não
desejo ouvir
Tem me feito muito feliz mas agora minha filha:
Outras palavras

Quase João Gil Ben muito bem mas barroco como eu
Cérebro máquinas palavra sentidos corações
Hiperestesia Buarque voilá tu sais de cor
Tinjo-me romântico mas sou vadio computador
Só que sofri tanto que grita porém daqui pra frente:
Outras palavras

Para fins gatins alphaluz sexonhei la gerrapaz
Ouraxé palávoras driz okê cris expacial
Projeitinho imanso ciumortevida vidavid
Lambetelho fruturu orgasmaravilha-me Logun
Homenina parais de felicidadania:
Outras palavras

. . .


Não me amarra dinheiro não
Mas formosura
Dinheiro não
A pele escura
Dinheiro não
A carne dura
Dinheiro não
Moça preta do curuzu
Beleza pura
Federação
Beleza pura
Boca do Rio
Beleza pura
Dinheiro não
Quando essa preta começa a tratar do cabelo
Conchas do mar
Ela manda buscar pra botar no cabelo
Toda minúcia
Toda delícia
Não me amarra dinheiro não
Mas elegância
Não me amarra dinheiro não
Mas a cultura
Dinheiro não
A pele escura
Dinheiro não
A carne dura
Dinheiro não
Moço lindo do Badauê
Beleza pura
Do Iê Aiyê
Beleza pura
Dinheiro yeah
Beleza pura
Dinheiro não
Dentro daquele turbante do Filho de Gandhi
É o que há
Tudo é chique demais, tudo é muito elegante
Manda botar
Fina palha da costa e que tudo se trance
Todos os búzios
Todos os ócios
Não me amarra dinheiro não
Mas os mistérios

. . .


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